As miopatias inflamatórias são um grupo de doenças raras e autoimunes que afetam principalmente os músculos, causando fraqueza, dor e inflamação. As principais formas incluem a polimiosite, dermatomiosite e a miosite por corpos de inclusão. Essas doenças podem surgir em qualquer idade, mas são mais comuns em adultos de meia-idade e idosos.
Sintomas
O principal sintoma das miopatias inflamatórias é a fraqueza muscular progressiva, que geralmente afeta músculos próximos ao tronco, como os das coxas, quadris, ombros e braços. A fraqueza pode dificultar atividades cotidianas como subir escadas, levantar-se de uma cadeira ou levantar os braços acima da cabeça. Em alguns casos, há dor muscular, mas nem sempre é presente. Outros sintomas podem incluir fadiga, perda de peso e, na dermatomiosite, lesões na pele, como erupções cutâneas avermelhadas, especialmente no rosto, nas mãos e nas pálpebras.
Quando a fraqueza afeta os músculos responsáveis pela deglutição, pode haver dificuldade para engolir (disfagia), o que aumenta o risco de aspiração e infecções pulmonares. Além disso, o envolvimento do sistema respiratório pode causar dificuldades respiratórias, em casos mais avançados.
Diagnóstico
O diagnóstico das miopatias inflamatórias é complexo e envolve uma série de exames clínicos e laboratoriais. O reumatologista, especialista em doenças autoimunes, desempenha um papel central nesse processo. O exame físico revela a fraqueza muscular característica, e exames de sangue podem mostrar níveis elevados de enzimas musculares, como a creatina quinase (CK), indicando dano muscular. Outros exames incluem eletromiografia (EMG), que avalia a função dos músculos, e biópsia muscular, que pode confirmar a inflamação característica dessas doenças. A ressonância magnética também pode ser útil para detectar áreas de inflamação nos músculos.
Tratamento
O tratamento das miopatias inflamatórias envolve o controle da inflamação e a prevenção de danos adicionais aos músculos. Os corticosteroides, como a prednisona, são frequentemente utilizados no início do tratamento para reduzir rapidamente a inflamação. Outros medicamentos imunossupressores, como metotrexato e azatioprina, são frequentemente associados para manter o controle da doença e reduzir a dose de corticosteroides, minimizando seus efeitos colaterais.
Em casos mais graves ou resistentes ao tratamento convencional, podem ser indicados medicamentos imunobiológicos, como o rituximabe. A fisioterapia também é uma parte essencial do tratamento, ajudando a restaurar a força muscular e melhorar a mobilidade.
Importância do Reumatologista
O reumatologista é o profissional especializado no diagnóstico e tratamento das miopatias inflamatórias, doenças raras e complexas que exigem um acompanhamento especializado. A identificação precoce e o tratamento adequado são fundamentais para prevenir complicações graves, como incapacidades permanentes. O acompanhamento contínuo permite ajustar o tratamento conforme a resposta do paciente, garantindo melhor controle dos sintomas e qualidade de vida.
A jornada do paciente com miopatia inflamatória é longa, e o reumatologista atua como um guia essencial, coordenando o tratamento e garantindo que o paciente receba o suporte necessário em todas as fases da doença.