A Doença de Kawasaki foi descrita pela primeira vez em 1967 pelo pediatra japonês Dr. Tomisaku Kawasaki, que observou um grupo de crianças com febre prolongada, erupção cutânea e manifestações mucocutâneas.

Atualmente é considerada uma vasculite sistêmica aguda que predominantemente afeta crianças menores de cinco anos. Embora rara, é a principal causa de doença cardíaca adquirida em crianças, tornando o diagnóstico precoce fundamental. A etiologia da Doença de Kawasaki ainda é desconhecida, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais desempenhem um papel importante em sua manifestação.

Apresenta uma distribuição geográfica peculiar, com maior incidência na Ásia, especialmente no Japão, onde a taxa de incidência é a mais alta do mundo, estimada em cerca de 264 casos por 100.000 crianças menores de 5 anos. Em contraste, a incidência é significativamente menor em países ocidentais, como os Estados Unidos e Europa, onde a taxa é de aproximadamente 20 casos por 100.000 crianças na mesma faixa etária.

Os principais sintomas da Doença de Kawasaki incluem:

– Febre alta persistente por mais de cinco dias, que não responde bem a antipiréticos;
– Conjuntivite bilateral não exsudativa;
– Alterações orais (como lábios rachados e língua em “morango”);
– Erupção cutânea polimórfica;
– Linfadenopatia cervical;
– Alterações nas extremidades, como edema e descamação.

O diagnóstico precoce é crucial, pois a Doença de Kawasaki pode levar a complicações graves, incluindo aneurismas das artérias coronárias, que podem resultar em infarto do miocárdio ou morte súbita. O tratamento imediato, geralmente com imunoglobulina intravenosa e aspirina, é eficaz na redução do risco dessas complicações.

Portanto, reconhecer os sinais clínicos precocemente e iniciar o tratamento o mais rápido possível são essenciais para melhorar o prognóstico e evitar sequelas cardíacas permanentes. A vigilância constante e o acompanhamento adequado são indispensáveis para garantir a saúde e o bem-estar das crianças afetadas.